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Cercado pelo verde do Oasis Naturalista, a lona do Teatro nelle Foglie

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Ivy Fernandes, de Roma

Após parada forçada em 2020 durante o pico da pandemia, o  Lunáthica – Festival Internacional de Circo da Itália – voltou à cena renovado e reconquistou o público, com 42 espetáculos apresentados por 13 companhias, em julho desse ano.

O festival, criado em 2001, contou com a participação de companhias estrangeiras de países como Argentina, Bélgica, Espanha, Quênia, Indonésia, Peru e, naturalmente, da Itália e obedeceu aos protocolos de segurança da saúde.

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Cristiano Falcomer, diretor de Lunáthica / Foto Jornaledavoce 

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O diretor do Lunáthica, Cristiano Falcomer, conversou com Panis &  Circus sobre os desafios da preparação e montagem do festival:

P&C – Como foi voltar a fazer Lunáthica após a paralisação de 2020?

Cristiano Falcomer – Depois da pausa forçada e do choque, também emocional, causados pela pandemia, foi necessário reunir forças e voltar com entusiasmo renovado e novos desafios. Era necessário a reviravolta. Lunáthica é sinônimo de encontro, celebração e alegria, conceitos que há mais de um ano nos foram retirados pelo coronavírus. Depois desta pausa obrigatória, achamos que era o momento de reagir e reconstruir o que perdemos.  Ampliar a fórmula com novos contatos. Por isso criamos um novo Lunáthica, que, por um lado, respeita as exigências de segurança impostas pelos protocolos de saúde, e por outro, com um retorno gradual à normalidade, satisfaz o desejo do público por entretenimento. 

P&C – Como surgiu a ideia do Lunáthica, em 2001, após ter estado à frente de espetáculos de teatro, cinema e televisão?

Falcomer – A ideia era levar espetáculos gratuitos a um circuito de cidades da região do Piemonte. Uma espécie de prêt-à-porter cênico. Era só abrir os olhos e apareciam luzes, paillettes e palhaços. Durante 19 edições, Lunáthica deu certo e cresceu. Conservamos as características, mas ampliamos o festival, abrimos fronteiras. A edição deste ano contou com mais de 50 artistas e a participação de países jovens como Argentina, Peru e Quênia.

P&C – Como foi a produção do Lunáthica 2021 e quais seus pontos altos?

Falcomer – A programação do festival – com a participação de 13 empresas e 42 espetáculos – equivale a quase 15 horas de show ininterruptos durante quatro dias. Os espetáculos se repetiram em nove cidades o que deu ao público a oportunidade de se deslocar pelas regiões, passando de um espetáculo para outro. Um dos pontos altos foi a ligação entre arte e natureza como no Oásis Naturalista Gorèt, em Nole, com o original chapiteau (lona) do Teatro nelle Foglie, armada em local privilegiado, cercado de verde. Comicidade, emoção, magia e fantasia foram também os alicerces do programa, marcado pela variedade de estilos e técnicas, mantendo o equilíbrio entre inovação e tradição.

P&C – Os espetáculos foram agrupados em circuitos?

Falcomer – Sim. Em três circuitos: Circuito da Bicicleta, que uniu as cidades de Nole, Mathi e Villanova e permitiu conectar espetáculos com passeios por bosques 2) Circuito Aperitivo de Circo, que associou espetáculos em Fiano, San Maurizio, Ciriè e Leinì com o menu típico e vinhos da região; 3) Noite Lunatique (Noites de Luar) que caracterizaram os eventos apresentados em San Francesco, San Maurizio, Ciriè, Lanzo e Leinì, que se beneficiaram da escuridão, com a utilização de sombras de grande efeito cênico.

P&C – Quando passar a pandemia qual caminho o Lunáthica deve seguir?

Falcomer: Assim que passar a pandemia, pretendo programar uma viagem aos festivais do Brasil e do Chile, entre outros, para selecionar as companhias que poderiam participar das próximas edições de Lunáthica. Nosso objetivo deverá ser o de intensificar o intercâmbio e buscar novidades.

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Confira alguns destaques do Lunáthica 2021

Slips Inside, do Okidok – Show do grupo belga usa a irreverência como principal mote. Mistura dança e palhaçaria.

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La dinámica del controvento, da Cia. Teatral Necessário – O DNA dessa companhia é marcado por música e comédia. O show transporta o público para um concerto ‘suspenso’ no ar com o seu piano ‘flutuante’ em La Dinámica del controvento.

The Crazy Mozarts, do El Mundo Costrini – O espetáculo do comediante argentino El Mundo Costrini apresenta não um, mas dois Mozarts com o show The Crazy Mozarts.

Black Blues Brothers – O grupo queniano faz uma homenagem musical e acrobática ao lendário filme cult de John Landis. O espetáculo é apresentado por cinco circenses.

Kolektiv Lapso Circo, grupo formado por artistas argentinos e italianos, da companhia Teatro nelle Foglie – O show foi apresentado no Oásis Natural, com jogos de luz e sombras ambientados sob seu original chapiteau (lona). O malabarista argentino Brunitus levou o público a uma viagem através de sentimentos, evocando histórias surpreendentes e emocionantes.

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Legenda Foto de capa – Black Blues Brothers, do Quênia: 600 apresentações com 300 mil espectadores

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