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Circo Rondelli, que usa hologramas para substituir animais, cancela turnê

 Ivy Fernandes, de Roma

A situação das companhias circenses na Itália é dramática após a suspensão pelo governo de espetáculos por causa da pandemia do Covid-19. “Estamos pedindo auxílio do ministro da Cultura, Dário Franceschini, que anunciou a criação de um fundo de emergência de 130 milhões de euros para a cultura e turismo”, afirma Antonio Buccioni, presidente do Ente Nacional do Circo (ENC), em entrevista ao Panis & Circus.

De acordo com Buccioni, a Itália conta com 130 companhias circenses, entre pequenas, médias e grandes, que empregam mais de 65 mil pessoas. “A maior parte enfrenta grande dificuldade e está desorientada, sem saber o que vai acontecer”, acrescenta.

Várias se uniram ao esforço de combate ao coronavírus e cederam grandes chapiteaux (lonas) com aquecimento, para serem usados como hospitais. Especialmente os da região no norte do país estão lotadas de pacientes.”

Buccioni: 130 companhias circenses empregam mais de 65 mil pessoas

A situação é mais grave para as companhias que estão no exterior e não têm como voltar em razão de fechamento de estradas e portos e ainda pior para aquelas que trabalham com animais. “Não se sabe até quando vai essa situação”, acrescenta Buccioni.

De acordo com reportagem do jornal La Repubblica, o Circo Arbell, de família circense mais famosa da Itália, a de Mário Orfei, está sem recursos e não consegue sair de Milão, local muito afetado pela epidemia do coronavírus. A Cruz Vermelha e a Ronda da Caridade estão prestando ajuda ao grupo, que é composto por 30 adultos, entre artistas, domadores e técnicos, e 4 crianças.

“Estamos desesperados. Precisamos urgentemente de alimentos. Os animais têm fome. Temos sete tigres e uma leoa. Não temos sequer dinheiro para comprar a quantidade de alimentos para o dia a dia. Se a situação continuar assim, teremos de deixar os animais em jejum, pondo a vida deles em risco”, disse o diretor da companhia Manuel Niemen.

Outro circo em grande dificuldade é Circo Aquático Belluci, que trabalha com focas, leões marinhos e golfinhos.  Além de necessitar grande quantidade de alimentos, os animais necessitam de remédios e assistência continua. Algumas companhias que têm animais chegaram ao extremo de pedir ajuda a seus adversários: as sociedades de proteção de animais.

Grandes lonas começam a ser usadas como hospitais

Em abril, a lista de companhias que estavam no exterior sem conseguir retornar para a Itália era a seguinte:Circo Aquático Bellucci (L. Bellucci) –  Romênia; Bellucci Circus (C. Bellucci) – Estados Unidos;  Circo Medrano (Casartelli) – Grécia; Circo Zavatta “Incanto” – Grécia; Cirque Amar “Florilegio” (M. e S. Togni) – Argélia; Circo  Darix –  Rússia e American Circus -Russia

Circo Roncalli

A situação das companhias circenses na Alemanha e Suíça também é dramática. Por causa da epidemia do coronavírus todas as ações foram colocadas em banho-maria. Na Alemanha o Circus Roncalli, um dos mais famosos da Europa, precursor do uso de hologramas em substituição de animais, cancelou a turnê de primavera que começaria em março.

Na Suíça, o Circo Knie, dedicado à arte equestre, que conquistou o Clow de Ouro no início deste ano no Festival de Montecarlo, suspendeu a turnê que começaria em março por várias cidades europeias.

Lona do Circo Knie, da Suíça, dedicado à arte equestre, suspende temporada 

Legenda foto de capa: Companhias circenses italianas pedem socorro ao governo

Fotos: Divulgação

Um comentário

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