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Estrada de El Chatén

 

Andréa Benozatti, arquiteta de profissão e bailarina nas horas de lazer, descreve sua viagem ao Parque dos Glaciares na  Patagônia, Argentina. Segundo o Jornal da Tarde, Andrea é “dona do melhor alongamento da Academia de Dança Pulsarte”. A pedidos do Panis &Circus, ela fez um ”espacate” (foto abaixo).

 

Diário de viagem: 

Roteiro: trekking de 5 dias no Parque dos Glaciares na Patagônia e, se o tempo ajudar, alcançar a base da famosa montanha Fitzroy.

28 de dezembro de 2011: embarco de Guarulhos para Buenos Aires com mais dúvidas do que certezas. Será que estou levando todo o necessário? E, principalmente, apenas o necessário? Afinal, vou carregar, literalmente, minha bagagem nas costas.

Como sou trekking de 1ª viagem, verifico novamente o “check-list” exigido: botas e calças impermeáveis, calça de trekking com zíper, casaco para chuva e corta-vento “anorak”, blusa de frio “fleece”, gorro, luvas, saco de dormir, meias, mochila cargueiro de 65 litros, cantil, bastões de caminhada e lanterna de cabeça. Barraca? Alugamos por lá!

Comércio de Calafate

Chegamos a Buenos Aires e de lá pegamos o avião para ir até a cidade de El Calafate, voo que dura em torno de três horas. Calafate é uma cidade muito bonita, cheia de lojinhas e bons restaurantes, parece uma Campos de Jordão dos Mochileiros.

Glaciar Perito Moreno

Nas agências de viagem você pode comprar um passeio para Glaciar Perito Moreno – a maior geleira em extensão horizontal, com 5 km de largura e 60 ms de altura!!! Da janela do avião dá pra ver que o mundo ficou diferente.

Essa geleira já foi chamada de a "oitava maravilha do mundo"

Grandes extensões de terra sem qualquer vegetação, cortada aqui e acolá por rios verde-esmeralda.

Venta muito nessa região, muito mesmo! Essa ventania constante é responsável por criar no céu as mais incríveis formações de nuvens.

De El Calafate, seguimos de ônibus por aproximadamente 220 km em estrada asfaltada – linda e deserta – até a pequena cidade de El Chaltén, paraíso dos montanhistas e amantes do trekking do mundo todo, e, munidos, finalmente, com nossas mochilas nos ombros, daríamos início à caminhada.

Estrada de El Chatén

El Chaltén é uma cidade muito pequenina, cercada de montanhas com picos nevados, e lá se encontra gente do mundo todo: franceses, alemães, italianos, israelenses, americanos, chilenos e muitos brasileiros também.

El Chatén

Nosso grupo era formado por 13 pessoas e mais nosso experiente guia Freddy Duclerc, filho de pai francês e mãe chilena. Um apaixonado pela região e pelo montanhismo.

Saímos de El Chaltén no dia de janeiro de 2012 e, com muito sol, demos início à caminhada pela trilha no Parque Nacional dos Glaciares.

Nossa rotina era caminhar durante o dia, com pequenas pausas ao longo do percurso para comer, beber água, tirar fotos e descansar. À tarde, montávamos nossas minúsculas, mas eficientes, barracas nos locais destinados ao camping no parque; à noite, preparávamos ao redor do fogareiro a gás a nossa melhor refeição do dia.

À noite é que se sente o frio das montanhas, mas com saco de dormir feito para aguentar até -10°c consegui até sentir calor dentro da barraca.

A cada dia, uma paisagem diferente e, em uma espécie de progressão maluca, ela conseguia ficar mais bonita que a do dia anterior!

Acampamento

 

Nosso objetivo foi cumprido e, no 5º e último dia de caminhada, chegamos à base da montanha do Fitzroy.

Com tempo firme e ensolarado, pudemos ficar sentados observando todo aquele incrível cenário, cercado de montanhas altas e lagos azuis formados pelo degelo da neve. Uma das paisagens mais bonitas que já vi!

Esse destino está fora dos roteiros tradicionais das agências turísticas e exige esforço físico para concluí-lo. Mas, sem dúvida nenhuma, é uma experiência singular para quem procura contato direto com a natureza.

Mapa da Patagônia

Fitzroy

Uma montanha localizada na fronteira entre o extremo sul da Argentina e o Chile. O seu nome é uma homenagem a Robert Fitzroy, capitão do HMS Beagle, navio que levou Charles Darwin em sua viagem ao redor do mundo. Apesar de sua altitude relativamente modesta, de 3.375 metros, o Fitzroy é considerado, por muitos alpinistas profissionais, como o maior de todos os desafios do seu esporte, porque suas paredes verticais requerem técnica impecável para serem conquistadas.

Montanha Fitzroy

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