
O Cirque du Soleil entrou com um pedido de recuperação judicial, em 29 de junho de 2020, segunda-feira, para tentar evitar o processo de falência, diante de uma dívida de US$ 900 milhões. A companhia canadense – um dos maiores grupos de entretenimento do mundo – foi prejudica pela paralisação causada pela pandemia, que fechou seus 44 espetáculos e provocou a demissão de 4600 funcionários.
O grupo canadense aderiu a um programa de reestruturação – que ainda precisa ser aprovado pela justiça canadense – e que inclui uma injeção de US$ 300 milhões dos atuais acionistas, o TPG Capital, a chinesa Fosun, e a Caisse de Dépot et Placement du Québec (CDPQ), o segundo fundo de pensão do Canadá, informa Pedro Arbex, no Brazil Journal.

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“Esse grupo havia comprado o controle do Cirque em 2015, quando o TPG ficou dono de 60% e a Fosun e CDPQ ficaram com participações minoritárias. O fundador do Cirque Guy Laliberté ficou com 10% à época, mas em seguida vendeu para CDPQ.
Na verdade, foi o TPG que ajudou a quebrar o circo. Quando fez a operação de compra, o TPG enfiou US$ 1,2 bilhão, em dívidas na empresa, uma cambalhota conhecida como “leveraged buyout’. Agora a nova injeção de capital dará fôlego para manter a operação funcionando enquanto os acrobatas, palhaços e dançarinos não podem voltar aos palcos.
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Para os leigos em recuperação judicial: o pedido não é o fim do circo. É uma tentativa de reestruturar o negócio e deixar o Cirque du Soleil pronto para reabertura.”
Mais enxuto – As jornalistas Paula Sambo e Sandrine Rastello, no jornal O Globo, via Bloomberg, destacam que Cirque du Soleil fundado há 36 anos, espera reemergir do processo como uma entidade mais enxuta com cerca de 1000 funcionários. “De acordo com o CEO Daniel Lamarre, 700 desses empregados ficariam baseados em Las Vegas, onde a companhia ganhou 40% de sua bilheteria de US$ 1 bilhão no último ano. Eles esperam estrear um novo show na cidade em novembro.
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Quebecor Inc. e Guy Laliberté, fundador do Cirque, já demonstraram interesse em investir na companhia. ‘Nós sabemos que mais cinco grupos têm interesse em fazer uma oferta’, disse Lamarre. “A boa notícia é que sabemos que alguém está comprometido em garantir o futuro da empresa. E em 45 dias saberemos quem está disposto a investir mais. ”

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Veja abaixo reportagem de Ivy Fernandes, correspondente do Panis & Circus na Itália sobre a ajuda ao Cirque du Soleil do governo de Quebec
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Soleil receberá US$ 200 milhões do governo do Quebec
Ivy Fernandes, de Roma

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O Cirque du Soleil, cujo picadeiro está vazio devido à pandemia do coronavírus, irá receber US$ 200 milhões de dólares em auxílio da província (estado) canadense de Quebec, conforme comunicado nesta terça-feira, 26/5/2020, como parte das iniciativas para ajudar a recuperar a maior empresa mundial de entretenimento.
O ministro (secretário) da Economia de Quebec, Pierre Fitzgibbon, afirmou que a província (o estado) tem um acordo para comprar uma participação majoritária do Cirque du Soleil, que tem sede em Montreal, caso os acionistas, a gestora americana TPG e o conglomerado chinês Fosun International, decidam se retirar do capital do Cirque du Soleil.
Segundo a Reuters, “o acordo de acionistas estabelece que quando o parceiro chinês Fosun e o TPG quiserem vender suas participações, queremos ter a opção de compra”, disse Fitzgibbon a jornalistas em Quebec City.
“É claro que nesse momento encontraremos alguém para administrá-lo. Não é intenção do ministro da Economia administrar o Cirque du Soleil, posso garantir isso. Ao mesmo tempo, eu quero controle sobre quem vai comprar. Pois se não tivermos essa cláusula, a de opção de compra, a TPG ou quem for pode vender o circo para qualquer um”.
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Na corda bamba
Dez dias antes do anúncio da ajuda do estado de Quebéc, em 16 de maio, a agência francesa La Presse, afirmava que o Cirque du Soleil, estava na corda bamba em função da pandemia.
Em março, o Soleil foi obrigado a suspender seus 44 espetáculos ao redor do mundo. Entre eles, seis shows permanentes: dois na China e quatro em Las Vegas (EUA) – esses últimos responsáveis por 40% da receita do circo. Mais: foram suspensos também os espetáculos em cruzeiros de navios de luxo como os da MSC.
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Covid-19 derrubou as lonas
Em entrevista à radio Quebec, em 10 de maio, Daniel Lamarre, o CEO do Soleil, afirmou: “o Covid-19 desmontou nossas lonas ao redor do mundo, abriu uma cratera no nosso trabalho e tivemos que despedir 95% da grande família Soleil. Cerca de 4.600 pessoas – o que inclui 1.100 funcionários, dos 1.300 funcionários da sede em Montreal (Canadá).
Ele acrescenta que pensa constantemente nos artistas e funcionários do Soleil – acrobatas, clowns, equilibristas, ginastas, músicos, cantores, figurinistas, diretores de cena, equipe técnica, administrativa, encarregados das montagens – que precisaram ser dispensados.
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Lamarre esclarece que, durante um bom tempo, não quis acreditar no que estava acontecendo. “Passei semanas sem dormir e precisei organizar a volta de 2000 pessoas (para seus locais de origem) – com os aeroportos fechando um após o outro. Sem computador os cenários, objetos, vestuário e restaurantes do circo que precisaram ser transportados. Foi uma verdadeira mudança mundial. Era um mundo em movimento que, de repente, parou de rodar.”
Segundo Lamarre não há, no momento, qualquer previsão da volta da montagem de espetáculos e da consequente convocação de artistas, técnicos e músicos. “Será uma abertura gradual, talvez, a gente comece por Las Vegas e depois com o espetáculo permanente em Hangzhou, na China.”
Dívida de US$ 890 milhões
Desde da sua fundação, em 1984, pelo artista de rua, acrobata e palhaço, Guy Laliberté, o Soleil apresentou crescimento vertiginoso durante anos. Enfrentou crises, entre elas, o cancelamento do show R.U.N, em fevereiro de 2019, após quatro meses de sua estreia em Las Vegas, por não ter sido bem aceito pelo público, e a dificuldade de conquistar o mercado chinês – com espetáculos quase vazios – em 2012.
Mas, nunca o Soleil poderia imaginar que iria se ver às voltas com uma crise da atual proporção provocada pela pandemia e com uma dívida de nada menos que US$ 890 milhões de dólares.
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Laliberté vai voltar?
Em 2015, Guy Laliberté vendeu 90% de sua participação no Cirque du Soleil para três empresas: a TPG, gestora americana que detém 55% do circo, o Fosun Capital, fundo de investimento chinês com 25% e o governo de Quebec, por meio de seu braço de investimento, Caisse de Depôt et Placement, com 10%. Laliberté conservou 10% do circo até 2019 – quando vendeu seu percentual no capital do Soleil.
Em 2019, o Cirque du Soleil gerou lucros de US$155 milhões de dólares em receitas de US$1,4 bilhões, margem de lucro de 11%.
Em 24 de maio de 2020, o fundador do Cirque du Soleil, Guy Laliberté, aventou à imprensa a hipótese de voltar, com um grupo de investidores, a comprar a empresa circense.
Lamarre, o CEO do Soleil, gostou da ideia. “Eu trabalhei com o Guy durante 15 anos. Tenho certeza que ele está pensando em voltar em função de um apelo emocional – do coração. Ele está sofrendo por ver o circo nessa situação. Agora, vamos aguardar as propostas para salvar o Soleil.”
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Legenda Foto Capa – Espetáculo do Soleil/Foto Divulgação
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