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Entre os espetáculos mais aplaudidos pelo público presente em Edimburgo estão Circa, Humans 2.0, BreAking Dance, Tulu, Angel-Monster, Svengali e Brown Boys Swim.

Confira abaixo as características de cada show:

Anjo-Monstro chocou público e mídia

O espetáculo Checkpoint Angel-Monster (Anjo-Monstro) é um desafio visceral, que explora a eclética experiência feminina. Logo no início, cinco protagonistas  se envolveram com os membros da plateia,  fazendo a pergunta: Qual é a coisa mais bonita em uma mulher? De saída, quebraram a distância entre artista e público criando uma conexão instantânea entre palco e plateia.  Os performers chamaram a atenção para seus corpos, sentados no chão agarrando as nádegas,  apontando  seus seios como se fossem armas. Vestindo calcinhas e sutiãs de cintura alta no tom da pele, com cabelos soltos que balançavam com força, sem restrição enquanto a trilha sonora acompanhava o espetáculo que provocou muitas polêmicas e críticas.

Nerida Matthaei, a coreógrafa  considerada, demasiadamente ousada, chocou a plateia com quadros impressionantes. Em um movimento do balé, o contorno angelical de uma vagina é criado usando braços e mãos, mas também entrando em cena um  monstro como um pesadelo, formado por uma cabeça gritando puxando outras cabeças sufocadas, acorrentadas por cordões de roupas.

A intensidade formou um ato impressionante de purgar as emoções, onde a força e a vulnerabilidade dos artistas permitiu que um membro do público integrasse indiretamente a experiência.

 Brown Boys Swim ganha prêmio

A peça de Karim Khan, Brown Boys Swin, fala sobre dois adolescentes muçulmanos aprendendo a nadar para impressionar meninas em uma festa e lança um olhar com profundidade sobre as comunidades conscientes que se sentem ainda proibidas de ocupar espaços como piscinas e outros locais públicos. Explora as pressões enfrentadas pelos jovens muçulmanos enquanto lutam contra o racismo externo, bem como seu próprio senso de identidade. A peça ganhou o prêmio de melhor novidade no Fringe de Edimburgo deste ano – o prestigioso prêmio Popcorn 2022. Ao receber os £3.000 do prêmio, Khan disse  que estava “absolutamente feliz e no mundo da lua”. 

Circa Humans 2.0 e o desafio de ser humano

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Há algo quase mágico ocorre ao assistir o espetáculo Circa, Humans 2.0, do diretor-artístico Yaron Lifschitz, que busca capturar “o desafio do ser humano”. Lifschitz apresenta uma coreografia bem montada de corpos, acompanhada por música envolvente. Humans 2.0 é íntima, primordial e profundamente ligada com o desafio do humano. Toda a ação ocorre em um palco circular branco e brilhante e, além de duas cordas aéreas, não há nenhum outro objeto em cena. Dez artistas, representando pessoas, se conectam, se apoiam, ocasionalmente erram o passo, mas, no final das contas, se envolvem uns com outros, mais ou menos como se estivesse tudo certo. Torres humanas crescem e se desfazem, corpos saltam e são capturados. Os limites físicos são expostos ao extremo. Ele propõe uma reflexão sobre se é possível encontrar um equilíbrio perfeito ou a adaptação a mudanças constantes é a única maneira de sobreviver?

Dança como elemento de superação

Um espetáculo moderno e dinâmico, apresentado pelo coreógrafo da Coreia do Sul Lee Kyungeun, quebrou convenções. Ele propôs um encontro de gêneros de dança. A peça foi apresentada por cinco membros da Korea National Contemporary Dance Company com três artistas convidados do mundo da Street Dance.

No início do espetáculo, os artistas estão todos ligados – andando para frente e para trás, incapazes de escapar da ‘parede’ invisível que os cerca. No final, ficam livres nos corredores do mundo, vivendo suas vidas de forma melhor. O show ‘mostra’ dificuldades que todos devem superar. Transportando, simbolicamente,  grandes folhas de Perspex, os artistas tentam subir ou sair de baixo. E quando os bailarinos mergulham em coreografias originais e dinâmicas, o espetáculo realmente ‘voa’.

Circus Abyssinia dá show de acrobacia

 O Ethiopian Dreams, Circus Abyssinia voltou ao festival com um novo repertório de fantásticas acrobacias circenses no show Tulu. O nome é uma homenagem a Derartu Tulu, a corredora etíope de longa distância que marcou história como a primeira mulher africana a ganhar uma medalha de ouro olímpica em 1992.

O espetáculo apresenta um elenco totalmente etíope realizando acrobacias físicas extremas com grande habilidade, como acrobacias   arriscados estavam  os que apresentaram seres humanos sendo lançados ao ar, voando pelo espaço e aproximando-se temerosamente do chão antes de serem pegos (às vezes por um homem, dançando sobre os patins).

Os talentosos membros da trupe foram descobertos e reunidos pelos irmãos Bibi e Bichu Tesfamariam, que depois de dominarem a arte do malabarismo com  apresentações bem-sucedidas em todo o Reino Unido, a difundiram na Editópia.

Uma peça salva o Hotel Paradiso

Lost in Translation Circus é uma empresa internacional com anos de experiência no circuito de eventos. Com base em Norfolk, Inglaterra. O grupo trabalha com uma pequena equipe de artistas que este ano apresentou no Fringe o espetáculo Hotel Paradiso. Ele se passa no foyer do Hotel Paradiso. O público é saudado pelo porteiro, a empregada, a proprietária. Desde o início, cada ator mostra sua capacidade – acrobacias, manipulação de objetos, comédia física. O elenco é versátil e dinâmico.

Há muito tempo, o hotel era de propriedade de um casal adorável, mas agora é a filha que administra o Paradiso,  senhora sempre com a cabeça nas nuvens. Financeiramente o negócio  vai mal e os  protagonistas devem fazer tudo para salvar o hotel. Um final audacioso coloca tudo em ordem: cada personagem com seu próprio desempenho consegue salvar o amado hotel.  Lost in Translation Circus criou um espetáculo emocionante, aventureiro e agradável que agradou  público e crítica.

Svengali usa o mundo do tênis para tratar de coerção

Svengali, baseado no mundo do tênis, é um espetáculo sustentado por um roteiro sólido e uma trama bem estruturada, que lembra o percurso do célebre tenista americano Andre Agassi, quase ‘torturado’ pelo pai, seu treinador, que ele descreve no seu livro autobiográfico “Open” como um carrasco. A peça é inspirada no romance de 1984 Trilby por George du Maurier, sobre um empresário despótico que explora uma jovem imigrante e a transforma em uma cantora famosa. Nesta nova versão do caso, Svengali é treinador e Trilby uma jovem e bela garota “descoberta” no clube de tênis local. Embora não seja particularmente talentosa, ela alcança sucesso mundial confiando cegamente em seu treinamento psicológico coercitivo. “Subjugar o ego negativo em nossas cabeças” está no topo de sua agenda, que parece desconsiderar totalmente a importância das habilidades técnicas.

Em Animal, fábulas agrícolas

Cirque Alfonse, com “Animal”, é outro espetáculo circense que nos leva através de uma série de fábulas agrícolas surreais, apresentadas com um toque de irreverência, virtuosidade impressionante e o toque cômico característica do grupo. Neste mundo agrícola reinventado, a fazenda é virada de cabeça para baixo! Mais uma vez, o clã Cirque Alfonse favoreceu sua característica de ser multidisciplinar, onde circo, canto, dança e teatro se unem, impulsionados por música original ao vivo e vibrante, uma mistura irresistível que o grupo chama de funk agrícola! Uma produção original para todas as idades, um respiro profundo.  Animal descreve  a fazenda que  marca pela sua originalidade.

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