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O cineasta Fabiano D’Amato, um dos autores do documentário sobre a vida e obra do clown Grock – afirma, em entrevista exclusiva ao Panis & Circus, que o trabalho levou dois anos para ficar pronto e envolveu pesquisas na Suíça, Alemanha e França. “Fomos em busca de documentos, fotos e filmagens para relatar com precisão fatos importantes da trajetória do artista.” E mais: depoimentos de parentes e amigos que conviveram com o artista circense que marcou sua época e atravessou duas guerras mundiais.
Amato destaca que “a ideia de realizar o documentário sobre a vida e o trabalho de Grock foi do produtor Christophe Desagazan em colaboração com a Rádio e Televisão Suíça (RTS)”. Dedicamos um ano e meio à pesquisa de arquivos, vídeos, filmagens e fotos e mais outro ano para trabalhar
diretamente no documentário sobre Grock. Para ele, um personagem que quanto mais se conhece mais se admira. “Deveríamos também ter ido para Itália, onde ele passou parte da sua vida em Imperia mas não deu tempo. Aliás, sua casa no local foi transformada em Museu Grock.”
O período mais controverso da vida de Grock, durante a II Guerra Mundial, também foi relatado.
“Não poderia ficar de fora. Ele nunca escondeu que fez shows para os nazistas mas como artista sem se comprometer com eles destacando sempre que era suíço e por isso essencialmente neutro. Fez também espetáculos para os aliados.”
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Passagem pelo Brasil
Fabiano D’Amato fez documentários no Brasil, de 2014 a 2019, destinados à TV suíça que que foram também exibidos no cinema: Dirty Gold War, Trading Paradise e Amazonian Cosmos – esse último atravessou o norte do país até a fronteira com a Venezuela. “Foi uma época muito interessante. Fizemos quatro longas viagens partindo de São Paulo para a região do Pará e Mato Grosso, entramos na floresta amazônica e tivemos contacto com os índios Kayapos e mais ao norte, em Roraima, com as tribos dos Yanomami e dos Macuxi. Sem dúvida nenhuma, um dos documentários mais interessantes que realizei. Incrível.”