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Ivy Fernandes, especial para Panis & Circus

O Blink Circus – a menor exposição fotográfica do mundo – percorre a Europa desde 2010 e está nesse começo de ano está em turnê por várias cidades da Itália como Firenze, Bolonha e  Veneza.

O projeto – que tem seu toque surrealista – foi idealizado e realizado pelo fotógrafo e artista Lorenzo Mastroianni que se ocupa também da cenografia, instalação e vídeo.

Durante a primavera e verão europeus (março a setembro) a mostra itinerante tem o seu próprio Chapiteau (lona), um espaço de apenas 35 m² que abriga as obras e onde podem entrar apenas 15 visitantes por vez. É que o espaço reduzido e a cenografia comporta também cinco “carrillons” (caixas musicais) em movimento.

 

Lona do Blink Circus

 

Na Galeria Est, no centro da capital, a reportagem do Panis & Circus encontra o fotógrafo Lorenzo Mastroianni e visita ao seu lado a exposição “sui generis” – que desperta curiosidade do público.

“Por vários anos, trabalhei como artista de rua, fazendo vários tipos de espetáculos inspirados mundo circense que é a minha paixão desde criança”, afirma Lorenzo.

Mais tarde, ele passou a se concentrar na elaboração de fotos circenses do início do século passado.

“As fotos são inspiradas e realizadas com móveis, decoração, vestiário e personagens da época – e estavam centradas, no início no meu ídolo Charlot (diminutivo carinhoso de Charles Chaplin) e o cinema mudo”, afirma.

 

Cartaz do Blink Circus

 

Segundo o fotógrafo, as primeiras exposições foram feitas com obras de grande porte e imponentes. “Depois, verifiquei que acabava por depender da disponibilidade das galerias de arte e tomei a iniciativa de reduzir o tamanho das fotos – do tamanho próximo a um cartão postal. Algumas são um pouco maiores”. .

Com o tempo, veio a ideia e a criação de uma pequena lona para poder viajar pela Europa com o objetivo de ser independente. “Graças a esse ‘formato’ de exposição participei a mais de 200 festivais europeus. E consegui eliminar também os custos da mostra e passei a mostrar ao público uma exposição gratuita. Para os que querem ver os mínimos detalhes coloco a disposição várias lentes a fim de ampliar as fotos”, complementa Lorenzo.

 

Cotidiano circense: fogueira para se aquecer ao lado da caravana

 

Outra característica da mini-exposição é a utilização de fotos em branco e preto em que se destacam as tonalidades do cinza e a atmosfera externa.

Segundo o artista, é importante a apresentação das fotos enriquecidas por molduras circenses: algumas têm tule e paetês,  outras pequenas janelas e portas que se abrem, e, ainda outras gaiolas douradas. Mais: existem as molduras que rodam dentro de um “carrillon” (caixa musical) acompanhadas pela música da época.

 

Bailarina em caixinha de música

 

“O público”, explica o fotógrafo Lorenzo, “deve se mover com delicadeza entre as várias instalações que têm luminárias e lentes criadas para que o visitante possa ver os detalhes das fotos – o que estabelece relação direta com a imagem. Coloquei também cadeiras, poltronas e sofás para que cada um possa estar, confortavelmente, sentado – como se estivesse na sala de sua casa, e assim fique o tempo que quiser para ver as fotos”.

 

Homenagem ao pintor Klint com efeito dourado na cenografia / Divulgação

 

Outro projeto de Lorenzo foi realizado em homenagem ao pintor Klimt e aos pintores russos, com fotos que destacam o uso de dourado na cenografia e vestiário com veludo negro e tule.

As fotografias de Lorenzo Mastroianni são realizadas como se fossem um set cinematográfico e contam uma estória – revelam momentos de épocas passadas.    

A mostra é dividida em diversos setores e o ponto de partida é uma homenagem ao clássico filme Luzes da Ribalta, de Charles Chaplin. O clown e a bailarina são protagonistas em suas obras fotográficas, enriquecidos com os detalhes como a utilização de vários objetos de cena e mostram o chapéu de Charlot.  

 

Show de chapéus

 

Outro ponto interessante da exposição é a mistura de figuras do universo místico, que se encontram em épocas diversas, ao lado de paisagens e no centro o próprio artista com a camiseta com o desenho de Blink Circus como se fosse uma caravana imaginária.

Os cartazes da exposição também são criados pelo artista como o idealizado para a mostra de Roma na Galeria Est.

Não faltou uma homenagem ao circo contemporâneo com a bailarina acrobata e o painel de fundo com a clássica cortina listrada.

 

Planta da exposição do Blink Circus

 

 

Veja mais imagens da exposição

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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