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Quinta-feira: 27 de dezembro de 2018

O Estado de S.Paulo ‘Sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro’, diz Queiroz sobre caso Coaf

 

Pivô do principal problema político do presidente eleito Jair Bolsonaro, ex-assessor de Flávio Bolsonaro falou pela primeira vez sobre movimentações atípicas em sua conta

O ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, falou em público pela primeira vez sobre as movimentações atípicas de R$ 1,2 milhão em sua conta, apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e que levantaram uma crise em torno do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), pai de Flávio.

Em entrevista ao SBT, ele atribui o dinheiro a seus negócios com venda de carros, diz que não é laranja. Queiroz, contudo, não explica os depósitos feitos em sua conta por funcionários do gabinete e familiares empregados por Flávio e o presidente eleito.

“(Eu ganhava) cerca de R$ 10 mil por mês (como assessor)”, disse Queiroz. “Ainda tinha da minha ex-funcao. cerca de R$ 10 mil a R$ 11 mil. (Por mês), em torno de R$ 23 mil. Sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro”, disse Queiroz. “Compro, revendo, compro, revendo, compro carro, revendo carro, sempre fui assim. Gosto muito de comprar carro em seguradora,  na minha época lá atrás, eu comprava um carrinho, mandava arrumar, vendia.”

Perguntado sobre os depósitos feitos em favor da futura primeira-dama Michelle Bolsonaro, Queiroz disse que “nosso presidente já esclareceu. Tinha um empréstimo de R$ 40 mil. Foram 10 cheques de R$ 4 mil. Nunca depositei R$ 24 mil.”

Ele disse que falará apenas ao Ministério Público sobre depósitos feitos em sua conta por familiares e outros funcionários dos gabinetes de Flávio e de seu pai. “Esse mérito do dinheiro, eu quero explicar ao MP. São pessoas da minha família. Eu gero o dinehiro da minha família. Minhas filhas trabalham comigo desde os 15 anos. Quando tinha vaga (nos gabinetes), eu pedia para empregá-las. Minha filha que sempre cuidou da mídia do deputado dará esclarecimento.”

Queiroz disse que não é “laranja” de Flávio Bolsonaro e saiu em defesa do senador eleito, com quem diz não ter mais contato. “Não tenho falado com ele. É a coisa mais triste do mundo. Me abati muito. O que ele está passando na rua achando que eu tenho negociata, pelo amor de Deus, isso não existe. No nosso gabinete, não se falava em dinheiro. Toda hora tinha gente pedindo dez reais, mas não se dá dinheiro, não se fala em dinheiro. É covardia atribuir a Flávio o que está acontecendo. Não sou laranja, sou trabalhador.”

O ex-assessor diz não estar “fugindo” e diz que chegou a achar que seria preso. “Em momento algum estou fugindo. Quero depor na frente ao promotor. Agradeço ao promotor por não me prender. Falei: ‘vou ser preso’. Pedi exoneração para cuidar da minha reforma e do meu problema de saúde. Foi uma surpresa isso. Caiu como uma bomba para mim e minha família.”

Entenda o caso Coaf

Queiroz passou a ser o pivô do principal problema político do presidente eleito Jair Bolsonaro quando o Estado revelou, no dia 6 de dezembro, que um retalório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) apontou movimentações atípicas em suas contas.

Segundo o documento, o ex-assessor do senador eleito, Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Uma das movimentações foi o depósito de um cheque de R$ 24 mil na conta da futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro ­- no início de dezembro, Bolsonaro disse que o cheque era o pagamento de um empréstimo. O Estado revelou ainda que funcionários do gabinete de Flávio chegaram a depositar 99% do que receberam no período na conta de Queiroz, e que a maioria das transferências foram feitas no dia ou em datas próximas ao pagamento na Alerj.

Esta é a primeira vez que o ex-assessor fala publicamente sobre o assunto. Por duas vezes, Queiroz alegou problema de saúde para não comparecer ao depoimento que seria prestado ao Ministério Público nos dias 19 e 21 deste mês. No dia 7 de dezembro, Flávio Bolsonaro disse ter conversado com Queiroz, e afirmou que ele teria lhe dado “explicações convincentes” para o episódio, mas não disse quais seriam elas. O MPRJ informou que também pedirá para que Flávio Bolsonaro preste esclarecimentos sobre o caso, no dia 10 de janeiro.

De acordo com Queiroz, ele precisará fazer uma cirurgia por conta de um tumor maligno no intestino. “Tenho uma cirurgia pra fazer no ombro (esquerdo). estava com problema na urina, tosse. E foi constatado um câncer. É um câncer maligno, indicado sem nem pegar a biopsia. Vou ser submetido a outros exames e (o médico) me disse que temos que operar o mais rápido possível. É um tumor grande no intestino. As fezes passam fininho. Não estou fugindo do MP. Quero prestar esclarecimento.


Quinta-feira: 27.12.2018

G1 – Ex-assessor de Flávio Bolsonaro citado pelo Coaf diz ao SBT que não é laranja     

https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/12/26/ex-assessor-de-flavio-bolsonaro-citado-pelo-coaf-diz-ao-sbt-que-nao-e-laranja.ghtml

 

Nome de Fabrício de Queiroz apareceu em relatório sobre movimentações financeiras atípicas de funcionários da Assembleia Legislativa do Rio.

Fabrício de Queiroz, ex-assessor do deputado estadual e senador eleito pelo PSL, Flávio Bolsonaro, deu uma entrevista nesta quarta-feira (26) ao SBT. É a primeira vez que Queiroz fala depois que o nome dele apareceu em um relatório do Coaf sobre movimentações financeiras atípicas de funcionários e ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Rio. No caso de Fabrício de Queiroz, a movimentação foi de um R$ 1,2 milhão durante um ano, segundo o Coaf.

Entre as transações, estão R$ 24 mil depositados na conta de Michele Bolsonaro, mulher de Jair Bolsonaro. O presidente eleito informou que este valor se refere ao pagamento de parte de uma dívida de R$ 40 mil que Queiroz tinha com o próprio Bolsonaro. O relatório do Coaf foi elaborado para a Operação Furna da Onça, que prendeu dez deputados estaduais do Rio em novembro.

Na conta de Fabrício, o Coaf encontrou depósitos de funcionários do gabinete do deputado Flávio Bolsonaro e, também, de parentes de Fabrício, que trabalhavam no gabinete. Queiroz foi convocado duas vezes pelo Ministério Público para prestar depoimento, mas faltou as duas vezes, alegando problemas de saúde. Na entrevista ao SBT, Queiroz alegou que o dinheiro era fruto de negócios que fazia.

“Eu sou um cara de negócios. Eu faço dinheiro. Compro, revendo. Compro carro, revendo carro. Sempre fui assim. Gosto muito de comprar carro em seguradora. Na minha época, lá atrás, comprava um carrinho, mandava arrumar, vendia”, contou Queiroz.

Ao SBT, o ex-assessor Fabrício de Queiroz repetiu a explicação do presidente eleito Jair Bolsonaro sobre o depósito de R$ 24 mil reais na conta da futura primeira-dama, Michele Bolsonaro.

“Nosso presidente já esclareceu, tive um empréstimo de R$ 40 mil, passei dez cheques de R$ 4 mil. Nunca depositei R$ 24 mil”, disse Queiroz.

Fabrício Queiroz disse ao SBT que só vai explicar os depósitos de funcionários do gabinete em sua conta bancária ao Ministério Público. Essa é a principal questão que o MP quer esclarecer e que o assessor não explicou na entrevista exibida nesta quarta-feira. Mas negou que ele e os funcionários repassassem parte de seus salários ao deputado Flávio Bolsonaro.

“No nosso gabinete, a palavra lá é: não se fala em dinheiro, não se dá dinheiro. Toda hora bate alguém no gabinete pedindo R$ 10, pedindo remédio. É proibido falar em dinheiro no gabinete, nunca, nunca. Isso é uma covardia rotular o que está acontecendo comigo ao deputado Flávio Bolsonaro. Eu não sou laranja. Sou homem trabalhador, tenho despesa imensa por mês”.

Na entrevista ao SBT, Queiroz negou que Flávio Bolsonaro tenha alguma coisa a ver com a sua movimentação bancária.

“Eu me abati muito, minha calça está caindo… Aí eu falei, caramba, acabou minha vida, eu era amigo do cara, o que ele está passando na rua, entendeu, achando que eu tenho negociata com ele, pelo amor de Deus, isso não existe, eu vou provar junto ao MP”.

Na entrevista ao SBT, Fabrício Queiroz falou ainda sobre os problemas de saúde que, segundo ele, o impediram de prestar depoimento no Ministério Público. Ele disse que tem uma cirurgia marcada para fazer no ombro. Mencionou um problema na urina e uma tosse forte e afirmou que descobriu um câncer no intestino.

Segundo Fabrício Queiroz, o médico disse que o tumor é maligno e que ele precisa ser operado o mais rapidamente possível.

 


 

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