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Sem arrastão ou violência, “Palhaça Rubra” e “Besouro Mutante”, ganham aplausos na “Virada do Circo”, na Praça Roosevelt
Bell Bacampos, da Redação
Em clima de paz e amor, a Palhaça Rubra comandou e dirigiu as apresentações da “Virada do Circo”, no domingo, às 14 horas, com sol a pino, na Praça Roosevelt. A plateia tomada de crianças e seus pais, divertiu-se com as músicas engraçadas inventadas pela palhaça.
“Attencion, banda, comêce l´espetáculo du circo” – com essas palavras, mistura do francês com português, que não é nenhuma coisa nem outra, a Palhaça Rubra começou o show da Virada do Circo. Na sequência, ela, como mestre de cerimônias, canta uma música de sua autoria com letra que é baseada na irreverência linguística (um francoportuguês) – que é cômica e típica da criatividade da palhaça.
Após a canção a la Rubra, é hora de chamar ao palco atrações artísticas circenses – a grande maioria do circo tradicional – que vão desde a artista Barbara Francis com seus 20 bambolês até a faixa voadora de Daniel Wolf com prédios da cidade ao fundo. Dois números que ganham aplausos.
Durante a apresentação do mão a mão, dos casais Cosmai e Marina e Paulo Maeda e Natalia Furlan, que se destacam por sua precisão técnica, a Palhaça Rubra interpreta “Até a Lua”, de Tião Carvalho, o toque brega de seu humor. Aliás, ela tem em seu repertório, um espetáculo só com músicas bregas. Por isso, não deixou também de cantar o hit do breguismo “Domingo Feliz”, versão de Rossini Pinto, da música americana, interpretada, entre outros, por Ângelo Máximo e Renato e seus Blue Caps.
Antes da Palhaça Rubra, a apresentação do “Besouro Mutante”, do grupo Namakaca, que traz também como atração um fusca pintado de laranja, com um desenho de uma boca grande. O ator Montanha entrou na Praça Roosevelt com o fusca e o estacionou ao lado do palco. Depois, formou-se um círculo do público, onde foi apresentado o espetáculo, com o fusca ao fundo.
No “Domingo Feliz”, da Praça Rooselvelt, as atrações circenses dividiram o mesmo espaço com outras apresentações que fizeram parte da “Viradinha Cultural” dedicada às crianças. Risos e aplausos foram os barulhos mais ouvidos no local. Chamava a atenção a presença de mulheres com véus, típicos da tradição mulçumana, empurrando carrinhos de bebês.
A festa acabaria antes da hora devido à chuva intensa com granito que caiu, por volta das 16h30, na cidade.
A banda Pato Fu, que era considerada, por alguns, como uma das principais atrações da “Viradinha Cultural”, não pode se apresentar. O aguaceiro impediu o show.
Ironia dos céus. A banda havia exigido que o palco, na Praça Roosevelt, fosse montado de acordo com suas conveniências o que exigia uma passarela. Aliás, essa passarela do Pato Fu acabou sendo objeto de críticas ácidas dos artistas por um sólido motivo: o palco ficou muito distante do público.
Aplausos noite adentro
“O circo está ganhando espaço na cidade. Primeiro, foi a apresentação dos circenses (tradicionais e contemporâneos) no Teatro Municipal, em 26/3, dentro das comemoração da semana do Dia do Circo. Agora, a presença na Virada Cultural”. A afirmativa é de Marcelo Lujan, do Circo Amarillo, que participou com o espetáculo “Clake”, da Virada Cultural, na noite do sábado (17) na Praça Roosevelt. Ele credita o maior espaço à atividade circense as ações de Hugo Possolo, dos Parlapatões, curador da “Virada Cultural”, na área Circo, e de Bel Toledo, da Cooperativa Brasileira de Circo.
O fato é que o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira, prometeu maior espaço ao circo na Virada Cultural e cumpriu o prometido.
A noite e a madrugada na Praça Roosevelt contemplaram atrações do circo contemporâneo como “Clake” e “Trix Mix”.
“O enredo (de Clake) gira em torno da geringoça, parecida com as carroças da commedia dell´arte, que os dois (os artistas Marcelo Lujan e Pablo Nórdio) dirigem e estacionam em frente ao público. A engenhoca traz um piano ao centro, um conjunto de instrumentos como bateria e trompa e objetos como rodas de monociclos e bicicletas, panelas, penicos e canecas, que servem aos músicos para jogar malabares e criar música e graça”, escreve a jornalista Mônica Rodrigues da Costa, do Publifolhinha, especial para o Panis & Circus, em 2013.
Os espetáculos “Trix Mix” e “O Mundo Encantando dos Irmãos Becker” é descrito pelo jornalista Luiz Fernando Toledo, no Estadão, na edição de 19/5/2014.
“Em uma mistura de banda ao vivo, teatro e malabarismo, o público aplaudiu as artistas penduradas em um arco nas alturas, enquanto o protagonista tocava uma versão de New York, New York, no trompete acompanhado de outros músicos. Na sequência, O Mundo dos Irmãos Becker roubou a atenção. Mais intimistas, abandonaram o palco e pediram a todos que formassem um círculo. A dupla simpática conquistou o público, que riu como criança com os malabares e os trejeitos desengonçados dos artistas.”
Apesar dos atrasos na programação e da qualidade do som, em muitos casos sofrível, os espetáculos circenses na “Virada” e “Viradinha” Cultural, tanto de noite quanto de dia, não tiveram problemas com arrastões ou violência. Ponto para o circo.
Postagem: Alyne Albuquerque