Em Balbúrdia, aparecem no palco-picadeiro as relações de um casal, que inventa e reinventa suas narrativas. Protagonizado por Maíra Campos e Nié Pedro, da cia. Artinerant´s e que são também integrantes e sócios fundadores do Circo Zanni, o espetáculo se apresenta nos dias 1 e 2 de dezembro, às 20 horas, durante o FestClown, no Sesc Ceilândia. Antes de Brasília, Balbúrdia conquistou o público, no domingo 27/11, às 16 horas, no Sesc Birigui, em Birigui, interior de São Paulo.
Balbúrdia expressa situações de ternura e tensão. Em uma das cenas, o homem usa uma esmerilhadeira que produz barulho e faíscas enquanto a mulher desce por cordas ao som de música clássica – quase operística. Contraste e confronto. Ao descer das cordas de ponta cabeça ela consegue encontrar o ombro amigo do companheiro de travessia da vida.
Em outra cena, a mulher, mais irônica, faz pirraça e fica com a ‘macaca’ diante das peripécias do companheiro. Ele monta um castelo de madeira de equilíbrio tênue que pode desmoronar a qualquer momento, assim como o amor.
Confira os comentários a respeito de Balbúrdia
“Dupla atinge alto grau de beleza”
Por Beth Néspoli*
“Balbúrdia principia contrariando frontalmente o significado de bagunça embutido no título. Maíra (Campos) e Daniel (Pedro) se revelam exímios acrobatas executando evoluções não apenas com altíssimo grau de destreza e precisão, mas também com a leveza e graça. A resultante da articulação entre aparelhos, figurinos, movimentação e expressividade corporal da dupla atinge aquele grau de beleza capaz de provocar enlevo nas plateias.”
* Trecho do texto de Beth Néspoli, editora, jornalista e crítica, sobre Balbúrdia, no blog Circos do Sesc.
Balbúrdia: comicidade ao máximo com macaca e castelo de cartas Por Beth Antunes*
“Por meio de jogos corporais expressivos, acrobacias de solo e aéreas, números de equilíbrio, dança e teatro físico, o que ressalta em Balbúrdia é o afeto entre dois companheiros que se reinventam a cada momento para manter a parceria funcionando.
Centrado em números de apoio e equilíbrio, Balbúrdia tem seu ponto alto nos números em que os artistas se unem numa mesma intenção, como numa engenhosa sequência em que Maíra Campos, caminhando no arame, encontra os pés de Nié Pedro, que deitado de pernas para o ar numa rede abaixo do fio, cria com ela um passo espelhado que ancora o caminhar da artista, desenhando uma metáfora e tanto para o equilíbrio muito tênue, mas firme, que sustenta as relações de amor mesmo em meio a tanta balbúrdia.”
*Trechos do comentário de Beth Antunes – Editora autônoma e co-aturoa com João Bandeira de “De gatos e galáxias – Trajetória poética de Haroldo de Campos” , para o site Panis & Circus
Serviço
Local: Sesc Ceilândia – Teatro Newton Rossi – em Brasília
Dia e horário – 1 e 2 de dezembro, quinta e sexta, às 20 horas
Ficha técnica
Direção: Lu Lopes
Criação e elenco: Nié (Daniel Pedro) e Maíra Campos
Figurino: Artinerant’s
Cenografia: Flavia Mielnik
Trilha Sonora: Artinerant’s e Lu Lopes
Desenho de luz: Paulo Souza
Cenotécnica e contrarregragem: Edimar Santos
Produção: Eu.Circ (Marina Ferreira)