Lisbeth Rodrigues da Cunha, jornalista, criou a coluna Destaques que traz os fatos relatados pelos principais chargistas do país publicadas, entre outros, nos jornais Folha e Globo.
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15 de dezembro: Deu no New York Times: Plano de vacinação para Covid-19 do Brasil está mergulhado no caos e ‘brincando com vidas’
“Enquanto os países apressavam seus preparativos para imunizar cidadãos contra a Covid-19, o Brasil, com seu programa de imunização de renome mundial e robusta capacidade de fabricação de produtos farmacêuticos, deveria estar em uma vantagem significativa. Mas brigas políticas internas, um planejamento a esmo e um movimento antivacinas nascente deixaram o país, que sofreu a segunda maior taxa de mortalidade da pandemia, sem um programa de vacinação claro. Seus cidadãos agora não têm noção de quando podem obter alívio de um vírus que colocou o sistema de saúde pública de joelhos e esmagou a economia. — Eles estão brincando com vidas — diz Denise Garrett, epidemiologista brasileira-americana do Sabin Vaccine Institute, que trabalha para expandir o acesso às vacinas — Beira um crime.”
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16 de dezembro: Pazuello não entende a ‘angústia’ do país em torno da demora da vacina
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Ministro da Saúde de um país sem estratégia de vacinação nem seringas, Eduardo Pazuello afirmou há pouco, na cerimônia em que se dispôs a apresentar o dito plano — que já deveria ser conhecido há semanas — de imunização, que o governo está trabalhando, mas que não entende a “angústia” das pessoas em torno da vacina. O descolamento de realidade do chefe do Ministério da Saúde é emblemático, afirma a Veja. O país se aproxima da marca de 200.000 mortes por coronavírus. Vive uma segunda onda depois de passar meses negligenciando medidas importantes que poderiam ter sido antecipadas para garantir agilidade no início da vacinação e é essa a mensagem do timoneiro da Saúde ao país. “O povo brasileiro tem capacidade de ter o maior sistema único de saúde do mundo, de ter o maior programa nacional de imunização do mundo, nós somos os maiores fabricantes de vacinas da América Latina. Pra que essa ansiedade, essa angústia? Somos referência na América Latina e estamos trabalhando”, disse Pazuello diante das cobranças sobre o governo.
25 de dezembro: Brasileiros não ‘ganham’ a vacina contra Covid-19 no Natal

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28 de dezembro – Vacina contra a Covid – Quase 5 milhões de pessoas já receberam doses no mundo, nenhuma no Brasil


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Com o início ontem da campanha de imunização da União Europeia, mais de 40 países já estão vacinando contra Covid-19. São pelo menos 4,8 milhões de pessoas no mundo que receberam a primeira dose de uma das vacinas. No Reino Unido, a segunda dose da Pfizer será aplicada a partir do dia 30, terça-feira. Já o Brasil ainda não tem uma data prevista para começar sua imunização, mas o CEO da farmacêutica AstraZeneca afirmou em entrevista que a vacinação em parceria com a Universidade de Oxford, a única até aqui adquirida pelo governo brasileiro, terá eficácia alta, informa o Globo.
30 de dezembro de 2020 – Bolsonaro confirma fim de auxílio emergencial e minimiza pandemia: “Toca a vida“

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O presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta quarta-feira que o auxílio emergencial não terá continuidade em 2021 e minimizou mais uma vez a pandemia, apesar de o país já ter registrado mais de 7,5 milhões de casos de covid19 e 192,7 mil mortes. Ao passear pela Praia Grande, no litoral paulista, Bolsonaro criticou os governadores por determinarem medidas de isolamento social, com o fechamento de comércios e serviços, e disse que mantém a mesma estratégia desde o começo da pandemia: “Toca a vida”. O presidente gerou aglomeração na praia e foi recebido por dezenas de apoiadores que não usavam máscaras, muitos deles idosos, informa o Valor Econômico.
O presidente disse que o país se endividou para conter a pandemia e “chegou ao limite” em relação ao auxílio emergencial. “Sei que muitos cobram, querem coisa melhor e alguns esquecem até que estamos terminando um ano atípico, onde nós nos endividamos em R$ 700 bilhões para conter a pandemia, [para] dar o auxílio emergencial para quem perdeu tudo. Os informais, em grande parte, perderam tudo, a renda foi a zero. Querem que a gente renove [o auxílio emergencial], mas a nossa capacidade de endividamento chegou ao limite”, disse o presidente a uma pessoa de sua comitiva, que gravou a declaração e divulgou no Facebook de Bolsonaro. Ontem, a Caixa Econômica Federal pagou a última parcela do auxílio emergencial a 3,2 milhões de pessoas, encerrando o calendário de pagamentos.
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7 de novembro de 2020: Biden derrota Trump e é declarado presidente eleito dos EUA
Joseph Robinette Biden Jr., 77, foi declarado presidente eleito dos Estados Unidos neste sábado (7), segundo projeções da imprensa americana, na semana em que completou 50 anos desde a primeira vez que assumiu um cargo político, informa a Folha de S.Paulo.
Os EUA escolheram, assim, Biden como o 46º presidente de sua história, depois de o democrata derrotar Donald Trump numa disputa histórica e acirrada, que o atual líder americano decidiu levar à Justiça. Antes mesmo de haver um resultado final, o republicano se declarou vencedor da eleição e disse que iria à Suprema Corte para interromper a contagem de votos —com o temor de que aqueles enviados por correio, de maioria democrata, virassem o jogo em estados-chave, como de fato aconteceu.

O presidente Jair Bolsonaro só iria reconhecer em 15 de dezembro, terça-feira, a vitória do democrata Joe Biden. Em telegrama diplomático enviado pelo Itamaraty, e depois repetido em suas redes sociais, Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a reconhecer a eleição de Biden – 35 dias depois de sua vitória. “Saudações ao presidente Joe Biden, com meus melhores votos e a esperança de que os EUA sigam sendo ‘a terra dos livres e o lar dos corajosos'”, disse Bolsonaro.
20 de novembro de 2020 – Homem negro é espancado até a morte em supermercado do grupo Carrefour em Porto Alegre

João Alberto Silveira Freitas, 40, foi espancado e morto na noite de quinta-feira (19) por dois seguranças de uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre. Homem negro, ele morreu sob as vistas de testemunhas e teve seu assassinato filmado na véspera do Dia da Consciência Negra.
O vídeo do assassinato se disseminou por redes sociais e sites de notícias a partir do fim da noite de quinta, gerando indignação e revolta em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, onde manifestações pelo Dia da Consciência Negra —a data não é feriado em Porto Alegre— se tornaram protestos pela morte.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não havia feito nenhuma declaração a respeito até a publicação desta matéria. Seu vice, Hamilton Mourão, lamentou o ocorrido, mas disse que não vê relação entre o episódio e o racismo, destaca a Folha de S.Paulo.

“Foi um episódio de racismo. Basta ver a força da agressão. Primeira coisa que perguntei foi: ‘Ele estava roubando?’. Se não estava, por que ser agredido? E por que ser agredido brutalmente pelos seguranças?” disse o pai, João Batista Rodrigues Freitas, 65.
25 de novembro de 2020: Adeus, Deus!
Morre o mais humano dos deuses, destaca em sua manchete O Globo.

Herói, gênio, político, celebridade pop, doente e jogador de futebol, Diego Armando Maradona não precisou morrer para virar um mito. O adeus do argentino, que por algumas vezes driblou a morte, aconteceu nesta quarta-feira (25). Vítima de uma parada cardiorrespiratória em casa, em Tigre, na região de Buenos Aires, deixou um séquito de fãs que o consideram Deus.
Campeão mundial em 1986, quando teve seu auge na Copa do México, tornou-se uma das figuras mais populares e controversas das últimas décadas. Ganhou em 2000 uma eleição popular feita pela Fifa na internet para eleger o melhor jogador do século 20. Com 53,6% dos votos, superou Pelé (18,53%) nessa enquete e levou um troféu da entidade, que conferiu também ao brasileiro um prêmio de melhor do século 20, só que em votação da “Família do Futebol”, um comitê montado pela Fifa.
OUTUBRO 2020
9 de outubro – sexta-feira: o Antagonista escreve que o ministro Marco Aurélio, do Supremo, põe em liberdade André de Oliveira Macedo, o André do Rap, apontado pelo Ministério Público de São Paulo como um dos mais importantes líderes do PCC no tráfico internacional de drogas, e que ele deve ser solto hoje. Condenado a mais de 25 anos de prisão e preso desde setembro de 2019, ele conseguiu um habeas corpus no STF, concedido por Marco Aurélio Mello, na terça (6).
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10 de outubro – sábado: o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, suspendeu uma decisão do ministro da Corte Marco Aurélio Mello e determinou o retorno imediato à prisão de André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap. Mas já era tarde. Macedo, 43, deixou a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, na manhã deste sábado (10) após decisão de Marco Aurélio, que havia considerado que ele estava preso desde o final de 2019 sem uma sentença condenatória definitiva, excedendo o limite de tempo previsto na legislação brasileira. A defesa de André do Rap afirmou que ele iria de Presidente Venceslau para Guarujá (SP), onde poderia ser encontrado. De acordo com o Jornal Nacional, da TV Globo, ele foi seguido por investigadores e, em vez de seguir para o litoral, foi para Maringá (PR), de onde autoridades acreditam que ele fugiu para o Paraguai, informa a Folha de S.Paulo e não foi mais encontrado.
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14 de outubro – quarta-feira: PF apreende dinheiro entre as nádegas de vice-líder do governo Bolsonaro em ação sobre Covid
Em operação realizada nesta quarta-feira (14) em Roraima contra o desvio de recursos públicos para o enfrentamento à Covid-19, a Polícia Federal apreendeu dinheiro vivo dentro da cueca de Chico Rodrigues (DEM-RR), vice-líder do governo Bolsonaro no Senado.
Parte das notas, de acordo com investigadores envolvidos no caso, estavam entre as nádegas de Rodrigues. Cerca de R$ 30 mil foram encontrados na casa do parlamentar. A informação foi divulgada pela revista Crusoé e confirmada pela Folha.
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20 de outubro – terça-feira: “Vacina do Butantan será vacina do Brasil”.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou um acordo com o estado de São Paulo para a compra de 46 milhões de doses da Coronav, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac que será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan e afirmou, em reunião com governadores nesta terça-feira (20), que vai incorporá-la ao Programa Nacional de Imunizações, segundo informações da Folha. “A vacina do Butantan será a vacina do Brasil’, disse Pazuello no encontro com secretários de saúde dos estados. “O Butantan já é o grande fabricante de vacinas para o Ministério da Saúde, produz 75% das vacinas que nós compramos.” O ministro disse também que as vacinas serão fabricadas até o início de janeiro e devem ser aplicadas no mesmo mês. Ao anunciar o acordo, Pazuello disse: “Isso reequilibra o processo’.
21 de outubro – quarta-feira: Bolsonaro desautoriza Pazuello e suspende compra da vacina Coronavac
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A compra da vacina Coronavac pelo governo federal virou objeto de disputa política. O presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e suspendeu a compra do produto desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan, de São Paulo.
Nesta quarta-feira (21) cedo, em uma rede social, o presidente disse: “A vacina chinesa de João Doria, qualquer vacina antes de ser disponibilizada à população, deve ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”.
E na tarde desta quarta, no interior de São Paulo, Bolsonaro voltou a dizer que não tem interesse na vacina chinesa: “Já mandei cancelar. O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade. Até porque estaria comprando uma vacina que ninguém está interessado por ela, a não ser nós. Não sei se o que está envolvido nisso tudo é o preço vultoso que vai se pagar por essa vacina para a China”.
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SETEMBRO 2020
1º de setembro de 2020 – terça-feira: “Toma vacina quem quer”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que “ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”. A afirmativa foi feita em um dia que o Brasil ultrapassou os 122 mil mortos pela Covid-19 e preocupa em razão da movimentação antivacina e o desincentivo à imunização uma vez que esteja disponível.
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22 de setembro – terça-feira: Brasil é vítima de campanha brutal de desinformação sobre Amazônia e Pantanal
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O presidente Jair Bolsonaro fez, nesta terça-feira (22), o discurso de abertura da 75ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Nele, o presidente disse que o Brasil é “vítima” de uma campanha “brutal” de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. O discurso foi apresentado por meio de um vídeo gravado. Por causa da pandemia de Covid-19, a reunião da ONU neste ano, baseada na sede da entidade em Nova York, é virtual.
Principais pontos do discurso:
- Existe uma campanha de desinformação sobre Amazônia e Pantanal
- A floresta amazônica é úmida e só pega fogo nas bordas
- Os responsáveis pelas queimadas são ‘índios’ e ‘caboclos’
- O óleo derramado no litoral brasileiro em 2019 é venezuelano, foi vendido sem controle e chegou à costa após derramamento ‘criminoso’
- Orientações para as pessoas ficarem em casa na pandemia ‘quase’ levaram o país ao ‘caos social’
- O Brasil é um país cristão e conservador e a ‘cristofobia’ deve ser combatida
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30 de setembro – quarta-feira: Lamentável, sr. Joe Biden’, diz Bolsonaro após fala de candidato americano sobre Amazônia
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou como lamentável a fala do candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, sobre a Amazônia e disse não estar à venda. Ele reagiu —em português e em inglês— à declaração de Biden no caótico primeiro debate com seu opositor Donald Trump na noite de terça-feira (29).
Ao abordar os incêndios que devastam parte da Costa Oeste dos EUA, Biden mencionou também as recentes queimadas na Amazônia e afirmou que uma de suas propostas é trabalhar com países ao redor do mundo para atacar o aquecimento global.
“A floresta tropical no Brasil está sendo destruída”, criticou o democrata, que prometeu se juntar a outros países e oferecer US$ 20 bilhões (R$ 112 bi) para ajudar na preservação da região.
“O candidato à Presidência dos EUA Joe Biden disse ontem [terça-feira] que poderia nos pagar US$ 20 bilhões para pararmos de ‘destruir’ a Amazônia ou nos imporia sérias restrições econômicas”, escreveu Bolsonaro em uma rede social.
“O que alguns ainda não entenderam é que o Brasil mudou. Hoje, seu presidente, diferentemente da esquerda, não mais aceita subornos, criminosas demarcações ou infundadas ameaças. NOSSA SOBERANIA É INEGOCIÁVEL”, continuou Bolsonaro, destacando com letras maiúsculas o fim da frase. O presidente seguiu dizendo que seu governo está realizando “ações sem precedentes” na proteção à Amazônia. “Cooperação dos EUA é bem-vinda, inclusive para projetos de investimento sustentável que criem emprego digno para a população amazônica, tal como tenho conversado com o presidente Trump.”
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ironizou a fala de Biden. “Só uma pergunta: a ajuda dos US$ 20 bilhões do Biden é por ano?”, publicou em uma rede social.
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AGOSTO
Sábado, 8 de agosto de 2020: Cheques para Michelle põem Bolsonaro em contradição –
A quebra do sigilo bancário do policial militar aposentado Fabrício Queiroz revela novos repasses do amigo do presidente Jair Bolsonaro à primeira-dama Michelle Bolsonaro, de acordo com reportagem publicada ontem pela revista Crusoé. Extratos põem em dúvida a justificativa sobre empréstimos apresentada pelo Bolsonaro. Até então se sabia de transferências que somavam R$ 24 mil para a mulher do presidente. O próprio presidente, na revelação do fato, falou em 10 cheques de R$ 4 mil. Os valores seriam para quitar uma dívida de R$ 40 mil que Queiroz tinha consigo e que recursos foram destinados para a esposa porque ele não ‘tem tempo para sair’. Segundo a revista, porém, os cheques que caíram na conta dela soma R$ 72 mil. A Folha confirmou a informação da publicação e apurou que o vazamento foi ainda maior. Além dos 21 cheques de Queiroz depositados para Michelle de 2011 a 2016, sua mulher, Márcia Aguiar repassou à primeira-dama outros R$ 17 mil em 2011.
No total, R$ 89 mil, em 27 movimentações bancárias.
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Domingo, 9 de agosto de 2020: o Brasil chega a triste marca de 100 mil mortes.
Rosana Aparecida foi a primeira das 100 mil vítimas de Covid-19 no Brasil. Em cinco meses, pandemia marcou para sempre milhares de família, expôs o despreparo do governo e acelerou o passo da ciência, informa O Globo.
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Sexta-feira, 14 de agosto: Jair Bolsonaro está com melhor avaliação desde que começou seu mandato. Segundo o Datafolha, 37% dos brasileiros consideram seu governo ótimo ou bom, antes 32% da pesquisa anterior em 23 e 24 de julho. Houve acentuada queda na curva da rejeição. Passaram de 44% para 34% da rejeição os que julgaram ruim e péssimo. A melhora nos números ocorre junto com uma mudança de perfil do presidente. Principalmente, após a prisão de Fabrício Queiroz, moderou declaração contra adversário e parou de municiar apoiadores radicais. Com a distribuição do auxílio emergencial, Bolsonaro ampliou ações no Nordeste, onde sua reprovação foi de 52% para 35%. A região tem 27% de população brasileira em 45% de seus habitantes pediram o benefício.
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Segunda-feira – 17 de agosto – Um sapo e uma girafa de pelúcia. Ao lado da avó e de uma assistente social, essas foram as companhias da garota de 10 anos, que denunciou ser estuprada desde os seis por um tio, no voo que a levou de Vitória até o Recife no último domingo. Ali, uma força-tarefa de apoio, formada majoritariamente por mulheres, havia sido montada e já estava de prontidão para auxiliar na peregrinação da menina para garantir a realização do aborto, que, no caso dela, está assegurado pela legislação, informa o El País. Na chegada ao aeroporto, um carro já esperava por ela, para levá-la diretamente ao hospital.
Aos 10 anos, ela fez aborto após ter seus dados expostos por extremistas da direita e enfrentar a pressão de Damares, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, de pastores, padres e até de médicos.
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JULHO 2020
Sábado, 11 de julho de 2020: Gilmar Mentes, ministro do Supremo Tribunal Federal, afirma que o Exército está se associando a um “genocídio”, ao se referir à crise do novo coronavírus agravada pela falta de um titular da Saúde. O Brasil está há 58 dias sem um ministro para a pasta. O general Eduardo Pazuello assumiu interinamente o ministério após o ex-ministro Nelson Teich se demitir em 15 de maio, informa o Estadão.
“Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a Estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa”, afirmou Gilmar, em videoconferência realizada pela revista IstoÉ. “Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso”.
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Segunda-feira, 13 de julho: o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, entrou com uma representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Gilmar Mendes, informa a Folha de S.Paulo. No sábado, o ministro do Supremo Tribunal Federal havia dito que “o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável, gerando grande contrariedade entre os militares. Ele se referia às políticas do Ministério da Saúde, chefiado interinamente pelo general Eduardo Pazuello, no combate ao novo coronavírus.
“Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia”, diz o texto.
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Sexta-feira, 17 de julho: E o governo militar falha outra vez. “A representação à PGR de Fernando Azevedo e Silva, da Defesa, contra o ministro Gilmar Mendes, do STF, apelando para a Lei de Segurança Nacional e ao Código Penal Militar, tem o odor inequívoco de república bananeira. É o general que sobrevoou a Praça dos Três Poderes num helicóptero de combate quando em solo, fascistoides pregavam o fechamento do Congresso e do Supremo. Os militares decidiram sair dos quartéis para colonizar o governo. A janela se abriu com a eleição de Jair Bolsonaro à esteira da razia provocada pelos desmandos da Lava Jato. O resultado é um desastre de proporções amazônicas. A institucionalidade trincada nos conduziu à terra dos mortos – desmatada e queimada.” (Reinaldo Azevedo, na Folha de S.Paulo).
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JUNHO 2020

1º de junho – segunda-feira – Folha de S.Paulo estampa a manchete: Manifestos pró-democracia buscam recriar clima de Diretas Já após ataques de Bolsonaro
Uma profusão de manifestos em favor da democracia após ataques do presidente Jair Bolsonaro a instituições tomou as redes sociais e as páginas de jornal nos últimos dias, buscando recriar um certo clima de Diretas Já.
Os manifestos acontecem após o presidente Jair Bolsonaro ter requisitado um helicóptero oficial para sobrevoar a Esplanada dos Ministérios neste domingo (31) e prestigiar mais uma manifestação a favor de seu governo e contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso e com pedidos de intervenção militar. Com o presidente no helicóptero estava o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo. Depois, Bolsonaro desceu e caminhou para cumprimentar seus apoiadores que estavam em frente ao Planalto. Ele não utilizava máscara, obrigatória no Distrito Federal como medida de combate à Covid-19.
Se a comparação com o movimento de 1984 ainda pode soar um tanto exagerada, há um paralelo evidente entre os dois momentos.
O principal, a união de adversários ideológicos contra um inimigo comum, associado ao autoritarismo. Em geral, contudo, não há defesa explícita do afastamento do presidente.
A maior iniciativa é o Movimento Estamos Juntos, lançado no sábado (30) e que resgata a cor amarela —símbolo do Diretas Já. No fim de semana, arrebanhou assinaturas online ao ritmo de 8.000 por hora e reunia mais de 150 mil até a noite deste domingo (31).
Veja os movimentos em defesa da democracia:
Estamos Juntos
Reúne artistas e intelectuais de campos ideológicos diversos, como Lobão e Caetano Veloso. Até a noite deste domingo (31/5) tinha mais de 150 mil assinaturas.
Basta!
Organizado por juristas e advogados e lançado neste domingo (31), o movimento tem aproximadamente 700 assinaturas, que incluem nomes como Antonio Claudio Mariz de Oliveira e Claudio Lembo.
As Forças Armadas e a Democracia
Manifesto assinado por 170 profissionais ligados ao direito, entre eles três ex-ministros da Justiça, pede que as Forças Armadas respeitem a democracia.
Presidentes dos TJ
Presidentes dos 27 Tribunais de Justiça do país manifestaram “integral apoio” ao STF (Supremo Tribunal Federal), alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro
Procuradores
Manifesto assinado por 535 integrantes do Ministério Público Federal, na quinta-feira (28), pediu a aprovação pelo Congresso de uma proposta que obrigue o presidente da República a escolher a chefia da PGR por meio de uma lista tríplice votada pela categoria.
Comissão Arns de Direitos Humanos
Entidade divulgou manifestação na qual afirma se preocupar com “manifestações
desestabilizadoras feitas por agentes públicos” e que atingem o STF e seus
ministros.
Somos 70 por cento
Campanha contra o presidente com apoio de celebridades como a apresentadora Xuxa

7 de junho – domingo: Governo deixa de informar total de mortes e casos de Covid-19; Bolsonaro diz que é melhor para o Brasil
O Brasil restringiu a divulgação de dados sobre o impacto do novo coronavírus no país. Desde a noite de sexta-feira, o Ministério da Saúde não mais informa o total de mortes e nem o total de casos confirmados da Covid-19 durante a pandemia.
O portal do Ministério da Saúde com as informações consolidadas saiu do ar na noite da sexta-feira (5), e só retornou na tarde deste sábado (6). Agora, a página mostra somente os números registrados no último dia.
O presidente Jair Bolsonaro confirmou a mudança na metodologia de divulgação sobre vítimas da Covid-19.
As mudanças ocorrem após dois dias seguidos com recorde de mortes e divulgação tardia dos números. O país é o terceiro no mundo com mais mortes acumuladas em decorrência da doença, mais de 35 mil, e acumula mais de 640 mil casos de coronavírus, número que, segundo especialistas, pode ser múltiplas vezes maior devido à baixa testagem no país.

18 de junho – sexta-feira: Durante muito tempo, a pergunta Onde está Queiroz? esteve presente no noticiário.
Até que Fabrício Queiroz é preso em SP na casa de advogado de Bolsonaro e de seu filho Flávio, em 18/6.
O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro e amigo do presidente Jair Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) em Atibaia, no interior de São Paulo. O mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Rio de Janeiro —ele não era considerado foragido. Queiroz estava em um imóvel do advogado Frederick Wassef, responsável pelas defesas de Flávio e do presidente Bolsonaro. Wassef é figura constante no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e em eventos no Palácio do Planalto.
A Operação Anjo, batizada com esse nome por causa do apelido de Wassef entre os investigados, foi coordenada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que indicou o paradeiro de Queiroz aos policiais de São Paulo. O ex-assessor de Flávio foi transferido para o Rio de Janeiro ainda na manhã de quinta-feira.
Queiroz é investigado por participação em suposto esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. A prática da “rachadinha” ocorre quando funcionários são coagidos a devolver parte de seus salários. O filho de Bolsonaro foi deputado estadual de fevereiro de 2003 a janeiro de 2019.
21 de junho – domingo: Brasil chega a 50 mil mortes provocadas pela Covid-19.


28 de junho – terça-feira: Datafolha destaca que para a maioria dos brasileiros atos contra o Supremo Tribunal Federal ameaçam a democracia.


Maio 2020
Apesar de o presidente Bolsonaro ser contra o uso da máscara, ela é considerada essencial para combater o coronavírus – conforme mostra a charge abaixo feita sob quadro da pintora Tarsila do Amaral.

1º de maio – sexta-feira: o presidente Bolsonaro ataca a decisão do ministro Alexandre de Moraes de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo de sua família para comandar a Polícia Federal, após acusação de Sergio Moro de tentativa de interferência política na corporação. E Bolsonaro desafia o Supremo ao exaltar o apoio militar e dizer que chegou a seu limite.

2 de maio – sábado: em depoimento à Polícia Federal, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que o presidente Jair Bolsonaro pediu a ele no começo de março deste ano a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro.

15 de maio, sexta-feira: após receber de Bolsonaro ultimato para ampliar o uso da cloroquina para pacientes com quadros leves da Covid-19, sem evidências científicas dos benefícios do medicamento, Nelson Teich, novo ministro da Saúde, pede demissão. Esse pedido acontece dois dias antes de completar um mês no cargo.

17 de maio – domingo: Folha afirma que o senador Flávio Bolsonaro teria sido informado com antecedência de que a operação Furna da Onça, que atingiu Fabrício Queiroz, à época, funcionário de Flávio, seria deflagrada. A afirmação é do empresário Paulo Marinho, suplente do senador, e figura importante na campanha presidencial de Bolsonaro, em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha. Ele “foi avisado da existência da operação entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro. Mais: os policiais teriam segurado a operação, então sigilosa, para que ela não ocorresse no meio do segundo turno, prejudicando assim a candidatura de Bolsonaro.”
22 de maio – sexta-feira: o ministro do Supremo, Celso de Mello, autoriza a divulgação do vídeo da reunião ministerial do governo Bolsonaro que integra o inquérito que investiga a suposta interferência do presidente na Polícia Federal – conforme denúncia do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Essa reunião é recheada de palavrões, ameaças de prisão, xingamentos e ataques a governadores e integrantes do Supremo. E o combate à pandemia é deixado de lado. Vejam algumas frases ditas na reunião:
“Não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meus, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa…” – Jair Bolsonaro, presidente
“A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir inclusive a prisão de governadores e prefeitos. E nós tamos subindo o tom” – Damares Alves, Direitos Humanos
“Precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de Covid, e ir passando a boiada.” Ricardo Salles, Meio Ambiente.
“A gente tá perdendo, tá perdendo mesmo. O povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF.” Abraham Weintraub, Educação

27 de maio – quarta-feira: o ministro Alexandre de Moraes determina medidas contra políticos, empresários e ativistas bolsonaristas e cita a suspeita de participação do chamado ‘gabinete do ódio’, grupo de servidores lotados na Presidência da República, em um esquema para disseminar notícias falsas e ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática. A Folha mostrou em 25 de abril que as investigações identificaram indícios de envolvimento de Carlos no esquema de notícias falsas.
28 de maio – quinta-feira: pesquisa Datafolha é divulgada e mostra que a rejeição a Bolsonaro bate recorde: 43% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo. Esse número era de 38% no levantamento anterior (27 de abril). Segundo a atual pesquisa de maio, feita na segunda (25) e na terça (26), a aprovação de Bolsonaro segue estável: os mesmos 33% nas duas aferições – já sob o impacto da divulgação do vídeo da reunião ministerial recheada de palavrões e para muitos o retrato do governo Bolsonaro.

29 de maio – sexta-feira: o PIB do Brasil cai 1,5% no 1º trimestre, início da pandemia, segundo IBGE
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ABRIL 2020

4 de abril – sábado: Datafolha mostra que a pasta da Saúde, comandada por Luiz Henrique Mandetta, tem 76% de aprovação e o presidente Bolsonaro, 33%.
17 de abril – sexta-feira: Bolsonaro, em meio a pandemia, demite Mandetta, o ministro favorável ao isolamento social no combate ao coronavírus e que por isso pede à população para ficar em casa. Bolsonaro é contra e engajou-se em atos de sabotagem das regras de distanciamento social. De lá para cá, manteve a mesma atitude. Apesar da demissão do ministro, Bolsonaro segue impedido de reverter as ações de governadores e prefeitos. É que o Supremo havia decidido um dia antes (16/5), por unanimidade, que estados e municípios têm autonomia para determinar o isolamento social no combate ao Covid-19.
18 de abril – sábado: Datafolha mostra que para 64% dos brasileiros a demissão de Mandetta foi um erro.

24 de abril – sexta-feira: uma semana após a saída de Mandetta do governo, é a vez do ministro de Sergio Moro pedir demissão do Ministério da Justiça.

25 de abril – sábado: Moro acusa Bolsonaro de fraude e ingerência na Polícia Federal e agrava a crise que entra maio adentro
26 de abril- domingo: a PF aponta Carlos Bolsonaro como articulador de fake news, segundo manchete da Folha de S.Paulo.
28 de abril – terça-feira: Bolsonaro afirma: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?. Sou Messias, mas não faço milagres.” Essa foi a resposta do presidente quando questionado sobre o fato de o Brasil, na terça 28/4, ter somado 5.017 mortes por covid-19, que superou o total de mortes da China, país de origem da pandemia, de acordo com dados oficiais.

Março 2020

O presidente Jair Bolsonaro tem dado declarações – desde o início da crise do coronavírus – nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo, trata como exageradas algumas medidas que estão sendo tomadas no exterior e por governadores de estado no país.
Veja a seguir as declarações retiradas de reportagem da Folha de S.Paulo e as charges escolhidas pelo Panis & Circus que retratam essa posição presidencial em março de 2020.
É MUITO MAIS FANTASIA (10.MAR)
“Durante o ano que se passou, obviamente, temos momentos de crise. Muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga. “
* Durante evento em hotel no centro de Miami
ENTRAR NUMA NEUROSE (15.MAR)
“Muitos
pegarão isso independente dos cuidados que tomem. Isso vai acontecer mais cedo
ou mais tarde. Devemos respeitar, tomar as medidas sanitárias cabíveis, mas não
podemos entrar numa neurose, como se fosse o fim do mundo.”
* Quando deu entrevista à CNN Brasil, no dia em que saiu às ruas em
protestos contra o Congresso
TEVE CRISE SEMELHANTE (15.MAR)
“Em
2009, 2010, teve crise semelhante, mas, aqui no Brasil, era o PT que estava no
poder e, nos Estados Unidos, eram os Democratas, e a reação não foi nem sequer
perto do que está acontecendo no mundo todo.”
* Em entrevista à CNN Brasil
ESTÁ HAVENDO UMA HISTERIA (16.MAR)
“Está
havendo uma histeria”, afirmou. “Se a economia afundar, afunda o
Brasil. E qual o interesse dessas lideranças política? Se acabar economia,
acaba qualquer governo. Acaba o meu governo. É uma luta de poder.”
* Em entrevista à Radio Bandeirantes
FOI UM FRACASSO (18.MAR)
“Começamos
a nos preparar. Até que os primeiros casos começaram a aparecer no Brasil.
Alguns achavam que a gente deveria suspender o carnaval. Tivemos esses dias um
governador que queria impedir as pessoas de ir à praia. Não só foi um fracasso
como o número de pessoas nas praias aumentou.”
* Em crítica velada ao governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC),
durante entrevista coletiva com ministros
GRIPEZINHA (20.MAR)
“Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar, não. Se o médico ou o ministro me recomendar um novo exame, eu farei. Caso contrário, me comportarei como qualquer um de vocês aqui presentes.”
*Durante entrevista à imprensa.
ESPERO QUE NÃO VENHAM ME CULPAR (22.MAR)
“Brevemente
o povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da
mídia nessa questão do coronavírus. (…) Espero que não venham me culpar lá na
frente pela quantidade de milhões e milhões de desempregados na minha
pessoa.”
* Em entrevista à TV Record
HISTÓRICO DE ATLETA (24.MAR)
“Pelo meu histórico de atleta,
caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria
ou seria acometido, quando muito, de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem
disse aquele conhecido médico, daquela conhecida televisão.”
* Durante pronunciamento para rádio e televisão
BRASILEIRO NÃO PEGA NADA (26.MAR)
“Eu
acho que não vai chegar a esse ponto [do número de casos confirmados nos
Estados Unidos]. Até porque o brasileiro tem que ser estudado. Ele não pega
nada. Você vê o cara pulando em esgoto ali. Ele sai, mergulha e não acontece
nada com ele.”
* Durante entrevista em frente ao Palácio da
Alvorada
TEM UM ESTADO AÍ (27.MAR)
“Está muito grande para São Paulo. Tem que ver o que está acontecendo aí. Não pode ser um jogo de números para favorecer interesse político. (…) Não estou acreditando nesse número (…) Sem querer polemizar com ninguém, tem um estado aí que orientou por decreto que, em última análise, se não tiver uma causa concreta do óbito, bota lá coronavírus para colar.”
* Em entrevista para a Rádio Bandeirantes


FEVEREIRO de 2020
12 de fevereiro – quarta-feira: Disney e as domésticas. O ministro da economia, Paulo Guedes, afirma que dólar alto é bom – é que com dólar baixo “empregada doméstica estava indo para a Disney, uma festa danada.”

13 de fevereiro – quinta-feira: o papa Francisco recebe o ex-presidente Lula no Vaticano. Na legenda da foto publicada no Twitter Lula afirma que conversou com o papa sobre um mundo mais justo e fraterno.
14 de fevereiro – sexta-feira: o general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), escreve em seu Twitter que o encontro do papa Francisco com o ex-presidente “é o exemplo de solidariedade a malfeitores tão ao gosto de esquerdistas”.

19 de fevereiro – quarta-feira: Palavrão – o general Augusto Heleno, do GSI, era considerado o mais nervoso no governo a respeito das dificuldades de se achar a um acordo sobre a divisão do dinheiro com o Congresso dentro do chamado Orçamento Impositivo. Ele considera inadmissível o que classifica de “chantagens” do Legislativo para avançar sobre o dinheiro do Executivo. “ Não podemos mais aceitar esses caras chantageando a gente. Fodam-se.”
A fala de Heleno foi captada e transmitida ao vivo da presidência da República no hasteamento da bandeira no Palácio do Planalto.

29 de fevereiro – sábado: o ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirma que a paralisação do Ceará é ilegal mas que policial não pode ser tratado como criminoso. Os policiais militares começaram a greve em 18 de fevereiro e reivindicavam aumento salarial maior do que foi proposto pelo governo de Camilo Santana (PT). Homens encapuzados que se identificaram como policiais invadiram e ocuparam quartéis e esvaziaram pneus de viatura. Em Sobral, obrigaram comerciantes a fechar as portas e o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado ao avançar com uma retroescavadeira contra um grupo que bloqueara uma unidade da Polícia Militar.

29 de fevereiro – sexta-feira: as Bolsas revivem tensão de 2008 com a expansão do coronavírus. Aliás, os jornais brasileiros já viam alertando que o avanço do coronavírus derruba Bolsas no mundo.

JANEIRO de 2020

13 de janeiro – segunda-feira: Democracia em Vertigem, da brasileira Petra Costa, produzido pela Netflix, foi indicado ao Oscar de melhor documentário longa-metragem. O filme concorre com Indústria Americana (produzido pelo casal Barack e Michelle Obama), The Cave, For Sama e Honeyland. O anúncio das indicações foi feito na manhã do dia 13/1, segunda-feira.
“O filme de duas horas é uma visão em primeira pessoa da ascensão da esquerda no Brasil, da chegada do metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva ao poder e da cadeia de eventos que mais tarde impactaram o cotidiano do país: o julgamento político da sucessora de Lula, Dilma Rousseff, a prisão do próprio ex-presidente e a ascensão do atual presidente, Jair Bolsonaro”.
“Estamos extasiados pela @TheAcademy ter reconhecido a urgência de #DemocraciaEmVertigem. Numa época em que a extrema direita está se espalhando como uma epidemia, esperamos que esse filme possa ajudar a entender como é crucial proteger nossas democracias. Viva o cinema Brasileiro!”, escreveu Petra Costa em seu Twitter. (Isto É 13.1.2020)
Em um Brasil polarizado, a nomeação do documentário causou reações diversas, ainda de acordo com a Isto É.
“Parabéns, @petracostal, pela seriedade com que narrou esse importante período de nossa história. Viva o cinema nacional! A verdade vencerá”, comentou no Twitter o ex-presidente Lula, solto em novembro após um ano e meio de prisão.
O então secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, ironizou a nomeação: “Se fosse na categoria ficção, estaria correta a indicação”, afirmou Alvim à coluna nesta segunda (13) da jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
14 de janeiro – terça-feira: o presidente Bolsonaro falou sobre Democracia em Vertigem: “para quem gosta do que o urubu come, é um bom filme”, informa o Correio Braziliense.
