Novo espetáculo do famoso grupo americano Momix apresentou-se em São Paulo e no Rio de Janeiro, em setembro.
Ivy Fernandes, de Roma
“Alquimia” é o novo espetáculo do Momix, famoso grupo americano, criado por Moses Pendleton.
Momix nasceu de uma mistura de nomes – “Mo”, de Moses, e “Mix”, para sintetizar o conjunto de arte e magia que rodeia o diretor. É um grupo único em seu gênero. Mistura acrobacia, dança moderna, contorcionismo, ilusionismo, ginástica, em uma espécie de “metamorfose visual” de grande impacto e obtida por meio de iluminação criativa e uso de tecnologia. O espetáculo “Alquimia” apresentou-se em São Paulo, de 16 a 19 de setembro, no Teatro Alfa e no Teatro Municipal, de 20 a 23/9, no Rio de Janeiro.
Em “Alchemy” (“Alquimia”), Pendleton coordenou dez bailarinos-acrobatas para mostrar no palco a arte da alquimia e a alquimia na arte. O artista está em contínua procura do ouro secreto que vive dentro da alma humana. No fundo, segundo Moses, cada pessoa sonha em encontrar, por acaso, um tesouro escondido, exatamente como as civilizações antigas procuravam sem cessar o elixir da longa vida e os alquimistas tentavam misturar as substâncias que consideravam mágicas, com o objetivo de prolongar a vida humana.
No espetáculo, o Momix utiliza o segredo dos quatro elementos primordiais: terra, ar, fogo e água – criando uma visão repleta de fantasia e mistério que envolve a plateia.
No final de 2013, Roma curvou-se ao grupo americano. A temporada foi um sucesso com a sala do Teatro Olímpico, sempre lotada. O público reconheceu a excelência da trupe fundada, em 1980, por Moses Pendleton, coreógrafo, cenógrafo e idealizador de espetáculos aplaudidos no mundo inteiro.
“Bothanica” e “Batdance”
Pendleton veio do mundo do esporte de inverno. Foi campeão de esqui, em 1967, e ainda hoje é um ótimo atleta – passou do esqui à natação e à maratona. Costuma fazer longos passeios pelos bosques, onde encontra inspiração para o seu trabalho. É amante da arte fotográfica, dedicando-se a fotos da natureza e de animais.
Sua flor favorita é o girassol (ele possui uma área de cultivo da planta em sua fazenda, no estado de Connecticut, Estados Unidos, onde vive quando não está em turnê). Ao girassol, ele dedicou uma cena inesquecível em seu espetáculo “Bothanica”, onde transportava a plateia em uma viagem surreal pelas estações do ano, mostrando a dança das flores e do vento. “Bothanica” foi o espetáculo anterior a “Alquimia”.
Pendleton criou também vídeo e coreografia para o “Batdance” de Prince – show do cantor, inspirado no personagem Batman, e que estreou em 1989, e voltou à cena em 2012.
Arte mistura tudo: um mix
“Para mim, a arte é tudo aquilo que fazemos”, explica Pendleton.
“Nunca pretendi ficar preso à pura dança moderna. Momix é um mix de diversos tipos de arte, e efeitos especiais; luz, cenografia, cores, som, movimento, dança, ginástica, todas com o mesmo valor. O nosso espetáculo é único no seu gênero porque é um teatro visual e físico. Dançar significa criar imagens que nos coloque em contato com o público. O nosso objetivo principal é que o espectador não se canse, não durma, não se enjoe, mas que participe do espetáculo intensamente.”
Humor na seleção
O grupo de bailarinos do Momix se renova continuamente e a seleção é severa. “Depois de examinar uma série de vídeos enviados de candidatos a participar do grupo, é feito o teste”, explica Pendleton. “Verificamos habilidade física para ver se é compatível com o nosso tipo de coreografia que exige domínio do corpo. Equilíbrio e perfeição. Depois, solicitamos que o candidato(a) faça um número improvisado. E ele(a) deve ter senso de humor.”
Postagem: Alyne Albuquerque