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Acronometria é um espetáculo instigante, na opinião de artistas e idealizadores de festivais de circo no México e no Brasil

Bruna Galvão, especial para o Panis & Circus

Pense nas formas do mundo: nas naturais, nas criadas  e também, nas formas de ser. Agora pense em ultrapassar tudo isto. Esta é a ideia do espetáculo “Acrometria”, do grupo espanhol PSiRC, que além dos formatos concebidos do mundo real (e visível), também remete a formas imaginárias, como as que estão no interior de cada ser. Assim, é uma peça que alcança infinitas realidades e concepções ao transpassar o espaço geográfico.

Criada em 2013, a peça inédita no Brasil é também a primeira da trupe. A apresentação, que tomou conta do Teatro Anchieta no último final de semana, é um dos destaques da 2ª edição do Festival Internacional Sesc de Circo, que segue com outras apresentações estrangeiras e nacionais, até o dia 1º de junho.

 

 

No palco, a atriz Anna Pascual Fernández estreia o espetáculo em cima de um mastro chinês. Enquanto a música preenche a sala do teatro com sua dimensão, Anna dimensiona o seu corpo em infinitas acrobacias, o que lembra os comportamentos humanos, mas também, os animais. Ela é uma espécie de “mulher-pássaro-macaco”, que  ao explorar as mais diversas ações com uma dura expressão facial, mostra que pertence a um universo paralelo ao da plateia.

Mas no mundo de Anna, há também outros seres, vindos por sua vez, de outros mundos.

 

 

Os atores Adria Montaña e Wanja Kahlert invadem o seu universo com outras peripécias. Pouco a pouco, tiram Anna das alturas de seu mastro e a transportam a outras realidades (agora, ela deixa de ser a “mulher-pássaro-macaco”). Os três se misturam em um jogo de movimentos das técnicas circenses de solo e cubos de diversos tamanhos preenchem a nova atmosfera. Se não falta equilíbrio físico para os números, também não falta equilíbrio espiritual para as representações. Há uma mistura de emoções nos rostos dos atores, e algumas ações, até arrancam risos do público.

 

 

Ao se relacionarem com os cubos, eles os metaforizam aos “apertos” (literais)  da vida,  aos auxílios nos momentos difíceis, à proteção do amparo, ao descanso, à disputa individual, à liberdade. A música de fundo tensiona as cenas e ajuda a pressionar (e a impressionar) a atenção da plateia.

Tal como as reações humanas podem se tornar imprevisíveis, o espetáculo também o é: não se pode prever o que acontecerá em seguida, mas se pode imaginar que um novo contexto está prestes a surgir. E as emoções surgem com a naturalidade dos contextos, das histórias a serem contadas e recontadas.

 

 

Eis a complexidade de “Acrometria”, que incomoda com suas formas geométricas e com suas músicas inquietantes, que independente do ritmo, e levam a intensa emoção dos artistas e do público.

 

Espetáculo instigante  

 

Acronometria é um espetáculo instigante que vale a pena ser visto. Essa é a opinião dos artistas Maíra Campos e Daniel Pedro, do Artinerant´s  e Circo Zanni, de Cesar Omar Barios, do Festival Internacional de Circo Y Chou do México e de Fernanda Vidigal, do Festival Mundial de Circo que acontece em Caxambu e Belo Horizonte (MG).  

 

FICHA TÉCNICA

Elenco

Wanda Kahlert

Adria Montaña

Anna Pascual Fernández

Supervisão artística

Johnny Torre

 

 

Fotos – Divulgação

 

Postagem: Alyne Albuquerque

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